“[…] E Deus viu que era bom.” (Gênesis 1, 10)
Após passar quase três anos com meu velho iPhone classic (o primeiro lançado), percebi que já era hora de trocá-lo por um novo iPhone. Logo que tomei a decisão de aposentá-lo, fiquei sabendo que o último iPhone – o 4S – já seria substituído pelo 5 em breve. Aí veio a dúvida: trocar ou esperar?
A lei da efemeridade
Para os brasileiros que têm que pagar quase o dobro a mais num iPhone em comparação com os norte-americanos, é extremamente frustrante lidar com essa tática da Apple de lançar sistematicamente modelos com um ou dois detalhes a mais que a versão anterior. Infelizmente essa é uma tendência a ser seguida por todas as grandes marcas que disputam mercado com a Maçã (Ex. Galaxy S e logo após Galaxy S2) e o mais coerente seria adquirir um modelo baratinho somente para fazer ligações.
Após quase três anos acompanhando lançamento após lançamento dos novos e definitivos modelos da linha iPhone, ficou claro para mim que não era a qualidade dos celulares que estavam em jogo, mas a força para resistir às investidas de marketing da empresa. Em outras palavras, não importa tanto (para os que não nadam no dinheiro) se você escolheu o iPhone 3s ou o iPhone 4s, por exemplo. Todos ligam, acessam a Apple Store, têm touchscreen e, é claro, devem ter qualidade para sustentar o nome Apple. O ponto chave é saber até que ponto você está pagando pelas suas necessidades ou pelo que a empresa determina como necessidade para você.
Pagar menos, nesse caso é mais!
Nesses últimos dias passei horas analisando comparações entre o iPhone 4s (último modelo da Apple) e o Galaxy S2( último modelo da Samsung). As diferenças são mínimas entre os dois aparelhos, de modo que o que um tem a mais compensa o que o outro tem a menos (ex. a bateria do Galaxy dura mais que a do iPhone e a resolução da tela do iPhone é melhor que a do Galaxy). Portanto a dúvida ficou realmente entre a experiência que tinha (iPhone) e o dinheiro que tinha (Galaxy). E não estou falando de qualquer diferencinha de preço: são quase 1000 reais entre os dois aparelhos! O preço acabou falando mais alto e acabei ficando com o Galaxy. Será que fiz besteira?
Personalização de alto nível
Sempre gostei muito do iPhone e defendi que não havia qualquer celular para abatê-lo nos quesitos interface amigável e usabilidade. Porém, agora que havia oficialmente deixado de lado um Apple (sistema operacional IOS) por um Samsung (sistema operacional Android), deveria explorar tudo o que este tinha para me oferecer. Uma coisa que me chamou atenção logo de cara foi a tela principal: você não dá de cara com uma extensa (e às vezes confusa) lista de aplicativos. O Android permite que você escolha os chamados Widgets (versões gráficas para os aplicativos). Isso deixa tudo mais clean e mais útil para o dia-a-dia. Na minha tela principal, por exemplo, só aparece um desses widgets do E-mail (assim vejo todos os emails que recebo logo que ligo o celular) e um widget do Twitter (aparece os últimos tweets). É uma sensação de “estar no comando” que eu não tinha com o iPhone.
Rapidez no páreo
O grande medo que tinha era de que o Galaxy S2 fosse lerdo para passar as páginas. Infelizmente em outros celulares como no Samsung Ace o touchscreen não é tão preciso, de modo que você toca na tela e tem que se acostumar com o delay da resposta. O iPhone é incomparável nesse quesito. A precisão no toque é quase a de um mouse, mas para a minha surpresa o Galaxy S2 não perde nadica de nada para o smartphone da Apple. Aliás, em certos aplicativos eu achei o Galaxy até mais rápido que o iPhone. Vale a pena conferir.
Seu medo é abandonar a App Store
A diferença em quantidade de aplicativos entre o Android Market e a App Store está cada vez menor. Além disso há inclusive prognósticos que falam que o Android Market estaria para superar a App Store em número de aplicativos. Verifiquei também que melhores aplicativos da Apple possuem um correspondente/concorrente na Android Market. Até agora o único aplicativo que me fez falta foi o iheartradio que simplesmente não encontrei para baixar. No mais todos, desde o famoso joguinho Angry birds até o mensageiro Whatsapp estão todos no Android Market da mesma forma.
Conclusão:
Fiquei muito satisfeito com o Galaxy S2. Ainda assim, gostaria de esclarecer que não virei partidário do Google/Android em oposição à Apple. No entanto, ao meu ver, hoje, 2012, diante das taxas alfandegárias brasileiras e do appletietismo despertado por Steve Jobs (Rest in Peace!), comprar um iPhone não é a melhor opção do mercado. Digo isso no caso de você estar procurando um bom custo-benefício. É como dizem: Apple é Apple. Concordo plenamente, mas como consumidor, sinceramente, não estou disposto a bancar uma ideia – minha fome pede alimentos bem menos tentadores que uma maçã mordida.